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CONHECER AS PESSOAS...

 O psicólogo precisa ter um conhecimento geral de como funciona o comportamento humano e do que as pessoas precisam. O profissional de saúde lida com desejos, expectativas, sentimentos, necessidades, etc. Conhecer características comuns das pessoas ajuda a intervir de maneira mais eficiente.
De forma simplista, é possível dizer que as pessoas procuram o que lhes faz bem e evitam o que as incomoda. É a regra geral. A idéia é simples, mas pode confundir. Tem-se sempre que considerar o que é bom e ruim na concepção do cliente, e não aos olhos do psicólogo. Por exemplo, um indivíduo masoquista obtém prazer com a dor. Pode parecer estranho para quem não tem esse prazer, mas o masoquista se satisfaz, sim, com a dor. O referencial é SEMPRE o cliente.
Os indivíduos são imensamente diferentes entre si, e nenhuma afirmação sobre a espécie pode ser generalizada. No entanto, é possível fazer uma lista de alguns desejos e vontades compartilhados por muitas pessoas: ser ouvido, ser compreendido, ser amado, receber toques físicos, fazer sexo, ter sucesso profissional, ser um cônjuge amoroso, ser um pai ou filho amoroso, receber amor do cônjuge, receber amor dos pais e filhos, ter sucesso intelectual, ter amigos e ser reconhecido pelo que faz. Ou seja, de modo geral, as pessoas precisam de contato social prazeroso, contato físico prazeroso, sucesso e reconhecimento nas atividades realizadas. Alerta: isso é uma simplificação, não abrangendo de forma alguma toda a complexidade humana, mas é um ponto de partida interessante para análise.
Pessoas que procuram por terapia comumente estão com problemas em uma ou mais áreas listadas acima. Depressão, por exemplo, pode ser causada por falta de contato social ou por falta de sucesso nas atividades realizadas. Síndrome do pânico pode ocorrer quando o indivíduo não está dando conta de todas as suas atividades e não tem apoio afetivo adequado. Fobias são mais viscerais, mas mesmo algumas delas têm componentes afetivo-sociais, como a timidez exagerada ou o medo de multidões.
Outro ponto importante. Além do problema específico trazido pelo cliente que chega à terapia, muito provavelmente ele também necessita ser ouvido e compreendido. Particularmente, jamais atendi um cliente que não se beneficiou da atenção e compreensão que eu mostrava a ele. Esse ato aparentemente tão simples pode produzir resultados fantásticos. Sugiro que ouçam com atenção e deixem claro que estão lá para ajudar o cliente.
Um conselho que considero fundamental é: antes de fazer um diagnóstico ou planejar uma intervenção, tenha bastante certeza das perdas sociais, afetivas e da percepção que o cliente tem de sua capacidade. Independente do problema, conhecer as faltas nessas áreas e ajudar o cliente a superá-las pode ser a diferença entre um tratamento focado apenas na queixa e um tratamento realmente humano e abrangente.
Conhecer as pessoas requer bom senso e percepção. Todos temos muito a aprender. Mas, por sorte, temos as teorias para nos ajudar. Um começo um tanto ultrapassado e criticado, mas ainda interessante, sobre as necessidades das pessoas está na pirâmide de Maslow.

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