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PROTEJA VOCÊ MESMO .... VOCÊ NÃO SABE POR ONDE ELE ANDA


Apesar de a velhice ser um fenômeno biológico, a forma como cada pessoa envelhece está determinada por questões subjetivas, condicionadas às questões da hereditariedade, do social e do cultural, incluindo-se aí a sua história de vida (Santos, 2003). Assim, a sociedade destina um lugar e um papel ao indivíduo que envelhece, diferindo de acordo com o contexto social em que está inserido. Desta forma, não existe uma velhice, mas velhices que diferem de acordo com o gênero, classe social e intelectual, fato que torna fundamental uma visão singularizada para cada idoso.
No Brasil existem pesquisas que mostram como os próprios idosos simplificam o envelhecimento humano, a partir das perdas, representando o processo com predisposições desfavoráveis, estereótipos negativos e preconceitos. Em estudo desenvolvido por Santos (1990) acerca da influência da aposentadoria sobre a identidade do sujeito, foi observado que nas sociedades modernas a ênfase continua sendo dada à juventude e à capacidade de produção, ou seja, "ser velho representa um afastamento do mundo social" (p.22). Em contrapartida, Debert (1999) aponta para a abertura de espaços para que diversas experiências de envelhecimento bem sucedidas possam ser vividas coletivamente, como, por exemplo, os grupos de convivência de idosos e as universidades da terceira idade, entre outros.
Na realidade, segundo Motta (2004), coexistem as duas imagens da velhice: a tradicional, naturalizada, do velho inativo, mas “respeitável”; e a nova imagem, mais dinâmica e participante em determinadas situações sociais. Neste sentido, de acordo com Néri (1993), é o desconhecimento do que significa ser velho que induz a práticas com foco ideológico, que contribuem para a manutenção e propagação de mitos, estereótipos negativos e preconceitos acerca da velhice. A concepção da velhice enquanto perdas e limitações ou a incapacidade de procriação, a morte do cônjuge, a inatividade sexual e abdicação compromete o entendimento de outras possibilidades de trajetórias, pautadas no reconhecimento do envelhecimento como experiência diversificada e sujeita à influência de diferentes contextos sociais, levando a velhice a um processo de fragilização e vulnerabilidade frente às vicissitudes de algumas doenças.
A expectativa de vida, atualmente ultrapassa os 80 anos, proporcionando ganhos não apenas quantitativos, mas atribuindo novo significado e novas possibilidades à velhice, tais como: o casamento, a partir de 60 anos, a volta à produtividade, visando ao sucesso profissional, a volta aos estudos, em especial, a matrícula em uma universidade, a oportunidade, enfim, de aproveitar com plenitude a aposentadoria, antes considerada uma sentença de morte lenta (Cruz, 2005).
Esta mudança do perfil demográfico poderá ter impacto sobre o sistema de saúde brasileiro, exigindo uma adequação às condições de vida das pessoas com idade acima de 60 anos. A saúde e a qualidade de vida dos idosos, mais do que em outros grupos etários, sofrem a influência de múltiplos fatores físicos, psicológicos, sociais e culturais, de tal forma que avaliar e promover a saúde do idoso significa considerar variáveis de distintos campos do saber, numa atuação interdisciplinar e multidimensional.
Neste contexto emerge a questão da Aids na velhice. Mais do que uma doença, a Aids configura-se hoje como um fenômeno social de amplas proporções, impactando princípios morais, religiosos e éticos, procedimentos de saúde pública e de comportamento privado, questões relativas à sexualidade, ao uso de drogas e à moralidade conjugal, isto para ficar nas problemáticas mais evidentes.
O novo perfil no curso da epidemia da Aids aponta para crescente o número de casos na faixa etária acima de 50 anos. As estatísticas nacionais apontam um total de 30.827 casos de Aids em maiores de 50 anos no Brasil, dos quais 8.339 em pessoas com idade de 60 anos ou mais (Brasil, 2005). Considerando que a subnotificação de casos no Brasil varia de 24 a 65%, pode-se concluir que este número pode ser bem maior (Oliveira e Cabral, 2004). Feitoza, Souza e Araújo (2004) ressaltam que a doença nesta população específica apresenta grande relevância epidemiológica, não pelos números absolutos, mas pelas taxas de incidência (7,6 casos p/1000.000), prevalência (224,9 p/ 1000.000 hab. no sexo masculino), letalidade (43,9%) e anos potenciais de vida perdidos (em até 15 anos). Entre as causas apontadas estão as notificações tardias, poucas pesquisas na área, confusões no diagnóstico e resistência ao tratamento. Entretanto, segundo Lieberman (2000), a possibilidade de uma pessoa idosa ser infectada pelo HIV parece ser invisível aos olhos da sociedade e aos dos próprios idosos.

o plano da assistência aos soropositivos para o HIV, os serviços de saúde passam a lidar com uma população específica, com demandas diferenciadas que exigem um manejo de características peculiares. O fato de a sexualidade e uso de drogas nesta faixa etária serem tratados como tabus, tanto pelos idosos como pela sociedade em geral, contribui para que a Aids não se configure como ameaça, levando os profissionais de saúde a não solicitarem o teste HIV nos exames de rotina, também em decorrência da associação dos sintomas a outras doenças (Alzheimer, câncer etc), ocasionando diagnóstico tardio, uma das principais razões de morte precoce. Entretanto é o apoio emocional ao paciente, ajudando-o a lidar com as questões de ordem afetiva, fundamentais para a adoção de práticas voltadas para o auto-cuidado, que ainda sofre conseqüências do despreparo que envolve o trato psicossocial da doença.
Os estigmas que acompanham aspectos relacionados à Aids constituem, ainda hoje, um bloqueio ao atendimento e assistência ao portador do HIV (Malbenguier, 2000). Além disso, a complexidade deste trabalho tem um duplo efeito sobre o profissional: além de acarretar um enorme desgaste psicológico, dificulta a identificação dos principais fatores deste desequilíbrio, multideterminado pelo medo, falta de informação, crenças individuais e principalmente pela forma fragmentada com que a doença é encarada nos meios especializados. A isso adiciona-se o risco de contaminação implícito nas relações do profissional de saúde com o paciente, através de exposição acidental a material biológico potencialmente contaminado, no transcurso do seu trabalho.  Os próprios profissionais têm reconhecido, num primeiro momento, o estigma e o medo, seguidos de sentimentos de desconforto e perplexidade, que representam fortes barreiras à realização de vínculos significantes com o paciente soropositivo (Figueiredo, 2001; Saldanha, 2003).

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PSICOLOGOS EM TODAS AS ESCOLAS PUBLICAS JÁ!!!

O assunto do momento: Bullying... sinonimo de ofenças e violência principalmente no contexto escolar... o que esse video relata principalmente uma mente pertubadora e reprimida diante de tanta repercusão no assunto.
Fazer uma reflexão do que antes isso era encarado como uma brincadeira de criança, porque todos nós um dia tivemos em algumas situações onde fomos apelidados com algum adjetivos que consideramos um pouco desagradavel mas nada que trouxesse dano a mente... o problema envolve o contato agressivo e o tom de voz e como os jovens hoje em dia estão "APELIDANDO" seus colegas... um classico relata exatamente essa realidade é o filme Bullying...
Mas no caso desse video, não somente vi uma mente pertubada, mas traços de psicopatia tentando justificar suas atitudes numa pertubação dissimulada, e principalmente de uma maneira calculista e frio  quando ele afirma ser bom e que faz isso pelos outros... Matar inoscentes não é uma atitude vingativa e sim uma atitude, a meu ver de um psicopata, pois diante de tantos diagnósticos como  podemos classifica-lo como esquizofrênico, o que ocorre uma junção de uma serie de fatores...
Fico pensando, e se todas as escolas tivesse um profissinal capacitado dando um suporte, aos alunos e as familias dos alunos... muitos acontecimentos poderiam ser evitados ou diminuidos a gravidade dos fatos... FICA O RECADO: PSICOLOGOS EM TODAS AS ESCOLAS PUBLICAS JÁ...

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Dia Mundial da Saúde: desafios para o fortalecimento do SUS

Dia 7 de abril é celebrado o Dia Mundial da Saúde. Na ocasião, é oportuno que se faça um balanço dos desafios a ser vencidos para que o sistema de saúde em nosso país se fortaleça e consiga atender a todos que dele necessitem. As dificuldades não são novas e as soluções precisam dar conta dos velhos problemas, além de propor inovações para dar conta da crescente demanda por atendimento.

Em seu discurso de posse, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que consolidar o Sistema Único de Saúde (SUS) será grande prioridade do seu governo. O ministro da saúde, Alexandre Padilha, também em seu discurso de posse, disse estar ciente dos desafios deste ministério para a melhoria da saúde brasileira e apontou a necessidade de colocá-la no centro da agenda de desenvolvimento do País, garantindo o acolhimento de qualidade em tempo adequado às necessidades de saúde da população.
A presença da Psicologia em diversos conselhos de políticas públicas, como no Conselho Nacional de Saúde (CNS) é importante para colaborar com a defesa do SUS e trabalhar pela não privatização do sistema de saúde, a exemplo do que tem ocorrido em São Paulo, com a responsabilidade sendo transferida às Organizações Sociais de Saúde (OSS).

Esse movimento começou em 1995 em São Paulo e se expandiu para outros estados, como, por exemplo, o Rio de Janeiro, onde está sendo organizado ato contra a privatização da saúde pública para o dia 7 de abril. A Psicologia estará presente na manifestação, representada pelo Conselho Regional do RJ. Na capital paulista, uma caminhada em defesa do SUS, contra as privatizações e a venda de leitos hospitalares também está programada para o dia 7 de abril. Diversas entidades, entre as quais o Conselho Regional de Psicologia de SP, estarão na manifestação.

A Psicologia está presente no SUS desde a atenção primária – postos de saúde, centros de saúde, unidades de Saúde da Família, etc. –e em outros níveis de atenção da rede – como hospitais e clínicas especializadas. São muitas as demandas dos profissionais da área, porém a grande crítica é ao número insuficiente de psicólogos no SUS. Hoje, cerca de 17 mil profissionais de Psicologia atuam na área, quantidade insuficiente para a contribuição que a profissão tem a dar – e vem dando – à saúde pública brasileira.

A 14ª Conferência Nacional de Saúde foi convocada neste ano de 2011 e tem como tema “Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social – Política Pública, Patrimônio do Povo Brasileiro” e como eixo “Acesso e acolhimento com qualidade: um desafio para o SUS”. A proposta da Conferência, que será realizada entre os dias 30 de novembro e 4 de dezembro de 2011, em Brasília, é priorizar os debates nos estados e municípios com o objetivo de qualificar as discussões e trazer para a etapa nacional a realidade do SUS e, todo o país.

Neste Dia Mundial da Saúde, quando todos somos chamados a refletir sobre a importância da saúde dos povos, manifestamos a presença da Psicologia nesse movimento de reflexão e de cuidado da saúde das pessoas, sem esquecer do nosso papel também na saúde do planeta.

O CFP reafirma seu compromisso com o incentivo à participação da profissão na consolidação do SUS no Brasil, a garantia de uma saúde pública, de qualidade e de acesso universal no Brasil, em toda a Améria Latina e para os povos do mundo.
Conselho Federal de Psicologia




Fonte: 
http://www.pol.org.br/pol/cms/pol/noticias/noticia_110407_001.html

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MULHER BRASILEIRA E A SEXUALIDADE

Outros autores como DIAMANTINO et al. (1993a, p.1017) são de opinião que a mulher brasileira desde que nasce é educada `para dentro'. É criada para servir, para ser obediente, casar, respeitar seu marido, ter filhos, ser dona de casa, sujeitar-se a um trabalho exaustivo, sem folgas ou reconhecimento.
Segundo a mesma autora, a mulher, quando criança, deve ter bons modos e controle sobre sua vontade. Na adolescência, não é preparada para a vida, mas sim para negar o prazer, cheio de culpa, censura e medo. Nesta fase, as questões sobre sexo geram constrangimentos e são respondidas de maneira incompleta, quando são ignoradas. Se ela deseja algo mais, lhe vem inconsciente ou consciente a ideia de que não é certo.
DIAMANTINO et al. (1993b, p.1154), diz que é na menacme - período máximo da menstruação que a mulher vive a mais intensa atividade sexual, momento em que surge o maior número de problemas neste aspecto. Sua saúde não depende de fatores orgânicos isoladamente, mas do contexto sexual que viveu até então, somado a fatores externos à vida sexual. 
Diante disto, pode-se mencionar a definição de sexualidade segundo a autora que "refere-se ao impulso e à emoção que a proximidade do sexo pode produzir, transcende definições físicas e se coloca como algo mais difuso permeando todos os momentos da vida".

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RECRUTAMENTO E A PSICOLOGIA

Para entender essa relação vamos entender o que é RECRUTAMENTO:

Um conjunto de atividades que atrai uma demanda de candidatos qualificados para uma organização, em um cargo específico, tendo as descrições necessárias para que os candidatos se escrevam e disputem o cargo. Podendo ser interno, ou seja, dentro da própria organização um remanejamento do funcionalismo, ou externa que é a busca de novos talentos ou complementar ambos. Se o procedimento e lhe dar com vários candidatos nada mais correto que um profissional da psicologia que entende das habilidades, comportamentos, linguagem verbal ou não de cada individuo... e isso possui uma técnica diferencia de outros profissionais que atuam no setor de RH. 


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PSIQUIATRIA : Pronunciamento do Presidente da ABP Associação Brasileira de Psiquiatria sobre a tragédia de Realengo-RJ | Equipe Médica Dr. Paulo André Issa PNAP Neurociência & Psiquiatria 3282-7830 / 3474-7020 Cérebro & Bem Estar

PSIQUIATRIA : Pronunciamento do Presidente da ABP Associação Brasileira de Psiquiatria sobre a tragédia de Realengo-RJ | Equipe Médica Dr. Paulo André Issa PNAP Neurociência & Psiquiatria 3282-7830 / 3474-7020 Cérebro & Bem Estar

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AS FOBIAS SEGUNDO FREUD...

A mais antiga abordagem feita por Freud do problema das fobias foi seu primeiro artigo sobre as psiconeuroses de defesa (1894); tratou-o de modo um pouco mais completo, um ano depois, e voltou a aludir a ele no primeiro artigo sobre as neuroses de angústia (1895), escrito logo depois. Em todas essas discussões das fobias não é difícil detectar alguma incerteza; na verdade, em uma breve referência ulterior à questão, no segundo artigo sobre a neurose de angústia (1895), Freud qualifica de “obscuro” o mecanismo das fobias. No mais antigo desses artigos ele atribuiu o mesmo mecanismo à “maior parte das fobias e obsessões”, excetuando as “fobias puramente histéricas” e “o grupo de fobias típicas das quais um modelo é a agorafobia”. Essa última distinção ia provar-se crucial, pois implicava uma distinção entre fobias de base psíquica e fobias (as “típicas”) sem qualquer base psíquica.
O tema das fobias parece não ter sido discutido por Freud, durante aproximadamente 15 anos. Assim no caso clínico “O pequeno Hans” (1909), deu-se o primeiro passo em direção ao esclarecimento dessas obscuridades, pela introdução de uma nova entidade clínica – a “histeria de angústia”. Aí Freud observou que as fobias “devem ser consideradas apenas como síndromes que podem fazer parte de várias neuroses, e não precisamos classificá-la como um processo patológico independente”, e continuou propondo o nome “histeria de angústia” para aquele tipo particular de fobia cujo mecanismo parecia com o da histeria. Foi nesse caso clínico e no posterior o “Homem dos Lobos” que Freud apresentou sua mais completa abordagem clínica das fobias – ocorrendo ambos, naturalmente, em crianças. Um pouco mais tarde, em seus artigos sobre “Repressão” e “O Inconsciente”, entrou em uma discussão detalhada da metapsicologia do mecanismo que produz as fobias, relacionado à histeria ou à neurose obsessiva. Permaneceu, entretanto, o problema das fobias “típicas” da neurose de angústia, o qual retrocede ao presente conjunto de artigos. Aqui, como vimos, toda a questão das “neuroses atuais” estava envolvida; e não foi inteiramente elucidada até pouco mais tarde, em “Inibições, Sintomas e Ansiedade” (1926), cujo núcleo é a reconsideração das fobias do “Pequeno Hans” e do “Homem dos Lobos”.
O Pequeno Hans
(Trechos retirados do texto de Freud “Inibições, Sintomas e Ansiedade”, no que toca à fobia)
Vamos começar estabelecendo a diferença entre uma inibição e um sintoma. Uma inibição não tem necessariamente uma implicação patológica, seria a restrição normal de uma função. Um sintoma denota a presença de algum processo patológico, é uma conseqüência do processo de repressão.
Freud foi procurado pelo pai de Hans porque seu filho, um menino de cinco anos, se recusava a sair de casa, alegando medo de ser mordido por um cavalo. A partir do relato do pai, Freud o orienta, o que resultou num dos casos mais famosos de Freud, ao qual ele deu o nome de “o pequeno Hans”.
O pequeno Hans se recusava a sair à rua (inibição) porque tinha medo de que um cavalo iria mordê-lo (sintoma).
Ele se encontrava na atitude edipiana ciumenta e hostil em relação ao pai, a quem, não obstante, amava ternamente. Um conflito: um amor e um ódio dirigidos à mesma pessoa. A fobia deve ter sido uma tentativa de solucionar este conflito. O impulso instintual que sofreu repressão foi um impulso hostil contra o pai.
Ele vira um cavalo cair e também vira um companheiro de brinquedo, com quem brincava de cavalo, cair e ferir-se. Teve um impulso pleno de desejo de que o pai devia cair e ferir-se. Ao ver alguém partir, desejo que o pai também partisse, não atrapalhasse sua relação com sua mãe. Esta intenção de desvencilhar-se do pai equivale ao impulso assassino do complexo de Édipo.
Se o pequeno Hans, estando apaixonado pela mãe, mostrara medo do pai, não podemos apenas dizer que tinha uma neurose ou uma fobia. O que a transformou em neurose foi apenas uma coisa – a substituição do pai por um cavalo. Tal deslocamento é possível na tenra idade de Hans porque as crianças ainda não reconhecem nem dão exagerada ênfase ao abismo que separa os seres humanos do mundo animal. O conflito é contornado por um dos impulsos conflitantes (ódio) que são dirigidos para outra pessoa (cavalo).
O pai costumava brincar de cavalo com ele, o que sem dúvida determinou a escolha de um cavalo como um animal causador da ansiedade. O impulso de agressividade contra o pai deu lugar a uma agressividade (sob a forma de vingança) por parte do pai (cavalo) com o paciente, insinuada no medo do pequeno Hans de ser mordido pelo cavalo.
Sua fobia eliminou os dois principais impulsos do complexo edipiano – sua agressividade para com o pai e seu excesso de afeição pela mãe.
O pequeno Hans desistiu de sua agressividade para com o pai temendo ser castrado. O medo de que um cavalo o mordesse pode receber o pleno sentido do temor de que um cavalo arrancasse fora com os dentes seus órgãos genitais – o órgão que o distinguiria de uma fêmea. A força motriz da repressão era o medo da castração. A idéia contida na ansiedade dele – a de ser mordido por um cavalo – era um substituto, por distorção, da idéia de ser castrado pelo pai. Esta foi a idéia que sofreu repressão. Foi a ansiedade que produziu a repressão.
A ansiedade sentida em fobias a animais é o medo de castração do ego; enquanto a ansiedade sentida na agorafobia parece ser seu medo de tentação sexual – um medo que, afinal de contas, deve estar vinculado em suas origens ao medo de castração. É sempre a atitude de ansiedade do ego que é a coisa primária e que põe em movimento a repressão. A ansiedade jamais surge da libido reprimida.
No caso de Hans, foi sua ternura pela mãe ou sua agressividade para com o pai que convocou a defesa pelo ego? Somente o sentimento de afeição pela mãe pode contar com um sentimento puramente erótico. O impulso agressivo flui principalmente do instinto destrutivo; sempre acreditamos que em uma neurose é contra as exigências da libido que o ego está se defendendo. Depois de sua fobia ter sido formada, sua terna ligação com sua mãe pareceu desaparecer, havendo sido totalmente eliminada pela repressão, enquanto a formação do sintoma (formação substitutiva: castração pelo pai – mordido pelo cavalo) ocorreu em relação aos seus impulsos agressivos.
Esta formação substitutiva apresenta duas vantagens óbvias: Primeiro, evita um conflito devido à ambivalência (amor e ódio) em relação ao pai; Segundo, permite ao ego deixar de gerar ansiedade, pois a ansiedade que pertence a uma fobia é condicional – ela só surge quando o objeto é percebido, somente então a situação de perigo se acha presente. Não se pode livrar-se de um pai, mas se ele for substituído por um animal, tudo o que se tem a fazer é livrar-se de sua presença a fim de ficar livre do perigo e da ansiedade. Pequeno Hans não saía de casa para não encontrar qualquer cavalo.
As fobias têm a natureza de uma projeção devido ao fato de que substituem um perigo interno instintual por outro externo e perceptual. A vantagem disso é que o indivíduo pode proteger-se contra um perigo externo, dele fugindo e evitando a percepção do mesmo, ao passo que é inútil fugir de perigos que surgem de dentro.
A ansiedade sentida nas fobias de animais e, portanto, uma reação afetiva por parte do ego ao perigo – o perigo da castração.
A fobia dos adultos apresenta, fundamentalmente, posição idêntica. O paciente agorafóbico impõe uma restrição a seu ego a fim de escapar de um certo perigo instintual – o perigo de ceder a seus desejos eróticos, pois se o fizesse, o perigo de ser castrado, ou algum perigo semelhante, mais uma vez seria evocado como se fosse em sua infância. Como exemplo: um jovem se tornou agorafóbico porque temia ceder às solicitações de prostitutas e delas contrair doenças como castigo.
A sintomatologia da agorafobia torna-se mais complicada pelo fato de que o ego não se limita a fazer uma renúncia. A fim de furtar-se à situação de perigo, faz mais: em geral efetua uma regressão à infância. Tal regressão torna-se agora uma condição cuja realização isenta o ego de fazer sua renúncia. Por exemplo, um paciente agorafóbico pode ser capaz de caminhar na rua contanto que esteja acompanhado, como uma criancinha, por alguém que ele conhece e em quem confia; ou pelo mesmo motivo, poderá ser capaz de sair sozinho, contanto que permaneça a uma certa distância de sua própria casa e não vá a lugares que não lhe sejam familiares ou onde as pessoas não o conheçam. A fobia de estar sozinho não é ambígua em seu significado, independentemente de qualquer repressão infantil: ela é, em última análise, um esforço para evitar a tentação de entregar-se à masturbação solitária. A regressão infantil naturalmente só pode ocorrer quando o indivíduo não é mais uma criança.
Uma fobia geralmente se estabelece após o primeiro ataque de ansiedade ter sido experimentado em circunstâncias específicas, tais como na rua, em um trem ou em solidão. A partir desse ponto, a ansiedade é mantida em interdição pela fobia, mas ressurge sempre que a condição não pode ser realizada. O mecanismo da fobia presta bons serviços como meio de defesa e tende a ser muito estável. Uma continuação da luta defensiva, sob a forma de uma luta contra o sintoma, ocorre com freqüência, mas não invariavelmente.

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CONHECENDO SOBRE NARCÓTICOS ANÔNIMOS...

Narcóticos Anônimos é uma associação comunitária de adictos a drogas em recuperação. Iniciado em meados de1953, o movimento de NA é um dos maiores e mais antigos deste tipo, com aproximadamente quarenta mil reuniões semanais em 130 países. Através das informações disponíveis nas páginas a seguir, pretendemos explicar o que é Narcóticos Anônimos e o que seu programa de recuperação oferece a adictos a drogas.
Vamos descrever como os serviços de NA estão organizados nacional e internacionalmente, falaremos como Narcóticos Anônimos coopera com outros no que diz respeito a abuso de drogas em suas comunidades.
Narcóticos Anônimos derivou do movimento de Alcoólicos Anônimos no final dos anos 40, com suas primeiras reuniões na área da cidade de Los Angeles, Califórnia, EUA, no início dos anos 50. Por muitos anos, a associação cresceu vagarosamente, espalhando-se de Los Angeles para outras grandes cidades norte-americanas e para a Austrália no final dos anos 70. Uma assembléia de representantes locais foi estabelecida pela primeira vez em 1978. Em 1983 Narcóticos Anônimos publicou seu auto-entitulado Texto Básico e as taxas de crescimento, desde então, subiram vertiginosamente. Grupos se formaram rapidamente no Brasil, Colômbia, Alemanha, Índia, Republica da Irlanda, Japão, Nova Zelândia e Reino Unido. Nos três anos seguintes à publicação do livro básico de NA, o número de grupos de Narcóticos Anônimos quase triplicou. Hoje, Narcóticos Anônimos está razoavelmente bem estabelecido em toda Europa Ocidental, nas Américas, Austrália e Nova Zelândia com grupos e comunidades de NA recentemente formadas espalhando-se através do Paquistão, Sri Lanka, Afeganistão e Bangladesh, África, Sudeste da Ásia, Oriente Médio e Europa Oriental.

O primeiro grupo de Narcóticos Anônimos no Brasil estabeleceu-se em 1985, no Rio de Janeiro. Existiam, porém, desde 1976, grupos com o mesmo propósito e que utilizavam a literatura de NA em suas reuniões. Em 1990, estes grupos uniram-se à irmandade mundial de NA. Existem, hoje, no Brasil, mais de 700 reuniões semanais e cada vez mais os grupos de Narcóticos Anônimos se espalham pelo território nacional.
O primeiro folheto de NA, auto-entitulado, conhecido entre os membros como "O Livreto Branco", descreve NA como uma "irmandade" de homens e mulheres, sem fins lucrativos, para quem as drogas se tornaram um problema maior ...adictos em recuperação que se reúnem para ajudar uns aos outros a se manterem limpos." A afiliação à Narcóticos Anônimos é aberta a qualquer adicto a drogas, independente do tipo ou combinação de drogas usadas. Não existem restrições sociais, religiosas, econômicas, raciais, étnicas, de nacionalidade, gênero ou status social. A afiliação à Narcóticos Anônimos é inteiramente voluntária. Não existem arquivos sobre a frequência e nem listas de membros seja para uso interno de NA ou para qualquer outro uso. Os membros vivem em suas comunidades e frequentam as reuniões quando lhes convém. Não existem taxas para afiliação. A maioria dos membros contribui regularmente com pequenas somas que ajudam a cobrir as despesas dos grupos, mas as contribuições não são obrigatórias.
A base do programa de recuperação de Narcóticos Anônimos é uma série de atividades pessoais conhecida como Doze Passos, adaptados de Alcoólicos Anônimos. Estes "passos" incluem a admissão de que existe um problema, a busca de ajuda, auto-avaliação, partilha em nível confidencial, reparar danos causados e trabalhar com outros adictos a drogas que queiram se recuperar. Algo importantíssimo no programa é a ênfase no que é chamado "despertar espiritual", ressaltando o seu valor prático e não sua importância filisófica ou metafísica, o que facilitou a tradução do programa, mesmo considerando-se barreiras culturais. NA em si, não é um programa religioso e encoraja cada membro a cultivar um entendimento pessoal, religioso ou não, deste "despertar espiritual."
Narcóticos Anônimos acredita que uma das chaves do seu sucesso seja o valor terapêutico de adictos trabalhando com outros adictos. Nas reuniões, cada membro partilha experiências pessoais com os outros buscando ajuda, não como profissionais, mas simplesmente como pessoas que tiveram problemas similares e encontraram uma solução. Narcóticos Anônimos não tem terapeutas, não oferece moradia nem clínicas . NA não oferece orientação vocacional, legal, financeira ou serviços médicos. A coisa mais próxima de um "conselheiro de NA" é o padrinho ou madrinha, um membro experiente que oferece ajuda informal a membros mais recentes.
O principal serviço oferecido por Narcóticos Anônimos é a reunião em um grupo de NA. Cada grupo administra a si próprio, tendo como base princípios comuns a toda a organização. Estes princípios estão contidos na literatura de NA. Não existe estrutura de serviço hierárquica em NA. A maioria dos grupos não tem instalações próprias permanentes e alugam espaço para suas reuniões semanais em locais administrados por entidades públicas e organizações civis ou religiosas. As reuniões podem ser "abertas", o que significa que qualquer um pode participar, ou 'fechadas", quando somente pessoas que estão lá para tratar de seu próprio problema com drogas podem participar. As reuniões são conduzidas por membros de NA e outros membros participam partilhando suas próprias experiências na recuperação da adicção às drogas.
O programa de Narcóticos Anônimos usa um conceito de doença da adicção muito simples, baseado na experiência. Narcóticos Anônimos não qualifica seu uso do termo "doença" em qualquer outro senso médico ou terapêutico especializado NA também não faz qualquer tentativa de persuadir outros de que a sua visão é correta. O que NA sabe é que seus membros descobriram que a aceitação da adicção como doença é algo eficaz para ajudá-los. Apesar de não serem termos de uso muito comum, NA utiliza os termos "adicto" e "adicção" principalmente porque são termos que melhor expressam sua visão de que a adicção a drogas é uma doença que afeta o indivíduo em todas as áreas de sua vida e para evitar qualquer confusão inicial, quanto à compreensão da natureza e do propósito de NA, por parte de adictos que buscam ajuda para seu problema com drogas.
Narcóticos Anônimos encoraja seus membros a se manterem abstinentes de qualquer droga, inclusive o álcool, mesmo outras substâncias que não eram de escolha daquela pessoa. Entretanto, o único requisito para se tornar membro de NA é "um desejo de parar de usar" drogas. A experiência de membros de NA tem mostrado que a completa e contínua abstinência é a melhor base para a recuperação e o crescimento pessoal. Porém,Narcóticos Anônimos , como associação, não tem qualquer posição quanto ao uso de cafeína, nicotina ou açucar. Da mesma forma, o uso de medicação prescrita para tratamento médico ou condições psiquiátricas não é nem encorajada, nem proibida em NA. Embora reconhecendo numerosas questões quanto a essas áreas, NA entende que são assuntos de decisão pessoal e encoraja seus membros a consultar sua própria experiência, a experiência de outros membros e profissionais de saúde qualificados, para tomar decisões sobre estes assuntos.
Mais uma coisa precisa ser dita sobre o programa de Narcóticos Anônimos. Seus membros reconhecem que Narcóticos Anônimos é apenas mais uma organização dentre muitas que tratam o problema de adicção a drogas. Seus membros reconhecem que tiveram sucesso significante ao tratar de seus próprios problemas de adicção, mas NA não diz ter um programa para todos adictos ,sob todas as circunstâncias, ou que suas visões terapêuticas deveriam ser universalmente adotas. Se Narcóticos Anônimos puder ser útil para adictos sob seus cuidados ou em sua comunidade, NA está pronto para servir.

EFICÁCIA DO PROGRAMA E O PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DE SEUS MEMBROS

Até hoje, não foi feita nenhuma pesquisa ampla sobre a participação em Narcóticos Anônimos , especialmente devido ao cuidado de NA em proteger o anonimato dos membros. Porém, é possível oferecer algumas informações gerais e informais sobre a natureza da participação e sobre a eficácia do programa, informações que acreditamos serem razoavelmente precisas.
VISITA AO N.A.

Inicialmente fomos até o local onde acontece as reuniões no SSVP ( Sociedade São Vicente de Paula), o contato foi com o responsável da semana, pois cada membro se disponibiliza como secretario das reuniões alternando durante a semana , que acontece durante toda as sextas e sábados as 20:00 hs, sendo fechadas ao publico apenas no ultimo sábado do mês que é uma reunião aberta.
Pedimos autorização da nossa entrada, pois não se tratava de uma reunião aberta, e foi colocada em pauta para a confirmação de todos os integrantes do N.A. que permitiram a nossa participação na roda.
O momento foi de empatia entre os adito que estavam em recuperação, o reforço e o processo de identificação. Ouviu-se muito durante os relatos sobre a dor da abstinência em relação a falta que faz ficar limpo (sem o uso da droga) e durante o relato era nítido observar numa linguagem não verbal, os movimentos repetitivos das mãos demostrando toda ansiedade fazendo uma ligação entre a lembrança e a vontade. Também era nítido perceber que ainda mesmo estando limpos há uma semana ou 24 h, ainda o corpo dava sinais de estavam sobre o efeito da droga, pelo fato do condicionamento que eles estão acostumados a um uso diário.
Os motivos pelos quais essas pessoas iniciaram o uso não foram possíveis saber, mas de acordo com os relatos existiam vários conflitos familiares, como falta de dialogo com os pais, separação, pai alcoólatra... mas o que chamou atenção foi a consciência dos danos que eles tem em relaçao as drogas e de acordo com o proprio exemplo estão tentando resgatar companheiros de vício.
nota- se que para eles evitarem uma recaida o importante é o apoio nos momentos mais criticos, fazendo-lhes lembrar os beneficios de nao consumirem a droga e os prejuizos de consumir, ressaltar os sucessos conseguidos frente a familia e á sociedade, possibilitando atividade que traz um preenchimento espiritual preenchendo a força de vontade.





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