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FREUD E SUA PSICANALISE - PARTE II

 O objetivo é manter-se aumentando o prazer e diminuindo o desprazer. O propósito da Psicanálise é fortalecer o ego, de forma que fique mais independente do superego, ampliando sua percepção e expandindo a sua organização, para poder lidar com novas formas do Id.  
Outros conceitos importantes que Freud desenvolveu na primeira tópica:
1.             Impulso - energia interna. O da vida é o eros. Somático. 
2.             Libido - mensurável. Fácil mobilidade. Instintos da vida. 
3.             Energia do instinto de agressão - ou de morte (thanatos). Não muito explicado por Freud. Semelhante à libido. 
4.             Catexia - investimento da energia libidinal disponível na psiquê. Presa a algo. A libido catexizada perde mobilidade. Algo atrai e segura na psiquê. Cabe à Psicanálise saber onde a libido está catexizada erroneamente, precisando ser liberada para satisfazer-se funcionalmente.
5.             Principio do prazer - processo primário. Busca de prazer. Primeira experiência na vida. Descarta realidade. Evita desprazer. No caso do bebê, há satisfação alucinatória, por ter revivência do prazer (baseado no passado) a ausência do objeto de prazer. 
6.             Principio da realidade - processo secundário. Considera a realidade para não precisar da alucinação. Considera adiamentos e atrasos. OBS - os processos primários e secundários não se excluem; formam complexo mecanismo de funcionamento. 
7.                Fantasia - regido pelo processo primário. Pensar inconsciente que desconsidera a realidade. 
      Fases psicossexuais do desenvolvimento humano (desenvolvimento libidinal):
OBS -  Fixação é o que ocorre quando não há progresso de uma fase de desenvolvimento para outra de forma normal.  Permanência em uma fase. Infantil. Libido parte ou total investida em uma fase, consequente de excessiva satisfação na fase anterior ou frustração na fase atual.
1.             Fase Oral - boca e língua. Depois dentes, amamentação e seio materno. Pulsão básica é fome e sede. Associa prazer à diminuição da tensão causada por estas pulsões de necessidades pela amamentação (Fixação = beijar com barulho lamber, roer unhas, mascar chicletes) . Tardiamente, após os dentes, pode incluir instintos agressivos como morder o seio (Fixação = sarcasmo, fofoca, arrancar alimentos). A fixação é patológica quando a pessoa for excessivamente dependente de hábitos orais para aliviar a ansiedade. Formação do ego. 
2.             Fase Anal - esfincteres anais e bexiga. 2 a 4 anos. Quanto mais controle dos esfincteres, mais atenção e elogio dos pais (Fixação = ordem, parcimônia e obstinação. Dominação, controle, retenção - Caráter anal. Doação). Contradição entre os elogios e a ideia de tabus e sujeira ao ir ao banheiro. Normas sociais. 
3.             Fase Fálica - percebem a diferença sexual. 3 anos aos 5 anos. Genital - somente o pênis e a falta dele. Dúvidas sobre questões sexuais e fantasias. Desejos incestuosos e masturbação (satisfação pulsional). Moral dos pais em conflito com os impulsos do Id. A menina se vê como castrada (gerando 3 consequências: inibição sexual ou neurose; complexo de masculinidade; ou, feminilidade normal). A criança luta pela intimidade que os pais compartilham entre si, assim os pais se tornam ameaça parcial à satisfação das necessidades. A criança quer e teme os pais. No menino, como consequência ocorre o Complexo de Édipo  (desejo de tomar o lugar do pai, por desejar a mãe, e ao mesmo tempo ter medo de ser machucado, perder o pênis. Temor ou angústia da castração, que leva à desistência da fantasia, declínio do complexo e a internalização das regras sociais). Nas meninas, é o Complexo de Electra (esse nome não foi dado por Freud)  e a necessidade de reprimir o desejo é menos severa, mas ela tem hostilidade frente a mãe por esta não poder lhe dar um pênis e o desejo pelo pai, que tem o pênis (segundo Freud, a menina pode conviver com o complexo por tempo indeterminando, chegando a nunca destruí-lo completamente); nas meninas, o inicio do complexo está na castração. OBS - o complexo é sempre reprimido, e é tarefa do superego impedí-lo e evitá-lo. 
4.                Período de latência - superego atuando, e não há interesses sexuais. 5 anos a 6 anos. Os desejos sexuais não resolvidos e não são atendidos pelo ego. Perdura até a puberdade. Atuação do superego. Objetos são dessexualizados. Ternura, amizades, laços sociais. 
5.                Fase Genital - puberdade. retorno da energia libidinal aos órgãos sexuais. Parceiro.
O narcisismo:
1.                Narcisismo primário - na primeira tópica era o autoerotismo do bebê (chupar o dedo, o pé), que quando não era mas passível de ser direcionado para si, o amor era direcionado para o externo, levando ao amor objetal. Termina com o fim do desenvolvimento psicossexual. 
2.                Narcisismo secundário - duas formas de escolha: anaclítica (na busca do objeto de amor renuncia o próprio narcisismo); narcisista (busca a sua imagem no amor objetal). 
     Formas de manifestações do inconsciente:
1.                Sonhos e elaborações oníricas - os sonhos ajudam a satisfação e na defesa da psiquê. Equilibram somática e psicologicamente. Impede a perturbação do sono (biológico), canalizando os desejos não realizados conscientemente de forma que não seja necessário acordar. Considerado a realização de um desejo, pois realizam de forma alternativa os desejos do Id. Energias são descarregadas. Conteúdo manifesto (o conteúdo latente é diferente, pois estes não aparecem). Estão sob determinação dos mecanismos de defesa de deslocamento e de condensação (assim, o ego assimila o conteúdo, sem precisar temer a punição e a repressão moral - superego). A interpretação tem sentido no discurso da pessoa, pois analisa-se as associações que a pessoa faz com o seu próprio sonho. Sonhos repetidos podem ocorrer quando algo no dia leva a ansiedade  ligada ao sonho original. Base mais segura da psicanálise é a sua interpretação. Os sonhos contém indícios que remetem às causas subjacentes das doenças. 
2.                Chiste - brincadeiras, piadas.  Mecanismos de deslocamento e condensação. 
3.                Atos falhos - trocas na fala. Mecanismos de deslocamento e condensação. Lapso freudiano (sintomas neuróticos e idéias inconscientes lutam para aparecer e se expressar, sendo capazes de modificar comportamentos e pensamentos)
4.                Transferência - deslocamento inconsciente de sentimentos para um outro. Instrumento terapêutico principal. Atualiza os conteúdos inconscientes presentes nos relacionamentos  interpessoais da pessoa.
5.                Contratransferência - afetos do analista como outro. Pode ser obstáculo. 
·                     ansiedade é o aumento da tensão ou desprazer gerado por um evento real ou imaginário. É uma indicação de que o ego está sendo ameaçado. A ansiedade objetiva está ligada a algo real. A ansiedade neurótica vem do perigo potencial. A ansiedade moral vem do medo da própria consciência.  Ameaça muito grande para o ego (perda de um objeto desejado, perda de amor, perda de identidade, perda de auto-estima).  Dois modos de lidar com a ansiedade:
1.                 Normal, enfrentando diretamente. 
2.                 Deformando ou negando a situação. Os mecanismos de defesa patogênicos (bloqueiam a expressão direta das necessidades instintivas). Possíveis sintomas neuróticos. 
·                     sublimação é uma defesa bem sucedida, pois há o direcionamento de energias sexuais ou agressivas para novas finalidades como as artes (socialmente aceitos). Canais alternativos. Diminui a tensão. Sublimado reduz pulsões originais e é responsável pela civilização. Resolve e elimina a tensão. 
·                     Os outros mecanismos de defesa são:
1.                Repressão - afasta. Mantém distante o que provoca ansiedade. Despende energia. Provoca mais ansiedade. Histeria. Pré-consciente. Superego. Censura. Repressão moral. atua nas lembranças, na percepção do presente, no funcionamento do corpo. 
2.                Negação - Relacionado com a repressão. Nega. Não aceitar a realidade. Lembrar incorretamente fato passado. 
3.                Racionalização - redefine a realidade. Motivos aceitáveis para o que é inaceitável (pensamentos e ações). Culpa objeto por falhas pessoais. Cede ao superego. Impede o trabalho com forças genuinamente motivadoras menos recomendáveis. 
4.                Formação reativa - Inversão da realidade. O contrário. Impulso quanto mais negado, mais ocultado. Desenvolvido na infância. Inversão clara e diametralmente oposto ao desejo real, mas inconsciente. Pode prejudicar relacionamentos sociais. Excesso, rigidez e extravagância.  Comportamento excessivo (superproteção). oculta parte da personalidade e impede a capacidade de responder a eventos sociais. Inflexibilidade. 
5.                Projeção -  coloca o interno no externo. Atribui ao outro o que é seu. A ameaça é tratada como força externa. Não enxerga em si, mas sim no outro. 
6.                Isolamento - ideia se rompe em relação ás demais, e isolada não recebe reação emocional. Embotamento afetivo. relato sem sentimento do fato. Pode ter isolamento maior da idéias e afastamento dos sentimentos. É um mecanismo de defesa quando ajuda a lidar com a ansiedade de alguns aspectos. 
7.                Regressão
- escapa da realidade. Retorna a etapas de desenvolvimento agradáveis. Etapa anterior da vida. Comportamento infantil para diminuir a ansiedade (que antes era diminuta). Fumar, roer unhas, comer demais, beber demais, mascar chiclete, apostam...
8.                Deslocamento - na ausência do objeto de desejo, desloca-se o impulso para outro. 
9.                Identificação - assume a identidade total ou parcial de outra pessoa que julga ser menos suscetível à ansiedade que sofre. 
A Psicanálise, então, é teoria e prática (terapia). Procedimento para investigação de processos mentais inacessíveis por outro modo. Método investigativo. Trata distúrbios neuróticos. Liberar materiais inacessíveis para serem tratados conscientemente, e a energia liberada pode ser usada pelo ego para atividades mais saudáveis, minimizando as atitudes autodestrutivas. O propósito é libertar os complexos reprimidos pelo desprazer e que geram resistência. Trazer à lembrança os primeiros manifestações da vida sexual infantil, já que nas primeiras 3 fases de desenvolvimento é que se constroem as formas como o ego vai lidar com os impulsos libidinais, a forma de solucioná-los e de se defender deles (a forma como a personalidade reagirá socialmente). Reestabelecer o melhor funcionamento do ego. 
·                     corpo é a base e o centro da personalidade, pois a energia libidinal deriva da energia física e as pulsões básicas são somáticas. 
·                      As primeiras relações sociais estão no núcleo familiar e são determinantes. Principalmente na fase fálica, frente às primeiras demandas eróticas em relação aos pais. 
·                     vontade determina a repressão do que causa ansiedade. Obsessão muito poderosa pode causar paralisia de vontade. 
·                     As emoções são vias para o alivio das tensões e apreciação do prazer. Ligada às forças motivadoras e permite ao ego evitar o que lhe causa ansiedade. 
·                     O intelecto é instrumento do ego. 
·                     self = corpo+instintos+processos conscientes+inconsciente. 
·                     terapeuta ajuda o paciente a relembrar, recuperar e reintegrar os materiais inconscientes. Não expondo sua personalidade ele ajuda o paciente a transferir infinitos materiais, trazendo o que está no passado para a terapia. O terapeuta vai expor, explorar e isolar os instintos negados e distorcidos. 
·                     Para Freud, não há acaso psicológico. Era mecanicista, ou seja, para toda ação tinha uma causa. 
·                     Aceitou que todos os fenômenos podem ser reduzidos ás explicações físicas (fisicialismo). 
·                     Dividiu as neuroses em:
1.                Psiconeuroses - causas psíquicas. Expressão simbólica de conflitos na infância. 

2.                Neurose atual - causadas por disfunções somáticas. Insatisfação sexual. Os sintomas não passam pelo psíquico.  

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